segunda-feira, 12 de abril de 2010

SOBRE AS MOTOS...

Um dos comentários no blog pediu que postássemos comentários sobre as motos e nossas impressões, quando comparadas às Harley que pilotamos ao longo da Rota 66. Melhor ainda, ao invés de falar só sobre as motos, vamos fazer algumas considerações sobre as viagens como um todo.

A Rota 66 é mágica. Ponto. Se as estradas fossem terríveis e os lugares pela rota não tivessem atrativos, ainda assim, provavelmente continuaria sendo a Rota 66. É um ícone, um marco para motociclistas e é nesta dimensão que uma viagem pela rota deve ser compreendida. Aqui é bem diferente. Aqui, o principal atrativo, como estamos percebendo dia após dia, são as estradas em si! Pelo seu traçado, pela paisagem que as emoldura, pelo prazer de pilotar uma motocicleta em estradas cheias de curvas e com pouco tráfego. Como disse o Deco, a Austrália parece ser o país feito pra se rodar de moto. E é fato!!!! Como viagem de moto, portanto, o RAID Austrália se mostra bem melhor do que a Rota 66 (repito, considerando apenas os trajetos e estradas em si).
Quanto às motos, aí talvez eu seja suspeito pra falar, mas Deco, Edu e Montanha, pelo que manifestaram até aqui, compartilham minha opinião. Todos estão muito impressionados com as motos que estamos pilotando aqui. Deco, de longe o motociclista mais experiente do grupo, chegou a afirmar que nunca na vida pilotou moto mais confortável e perfeita no conjunto. As GS são máquinas de extrema precisão, absolutamente previsíveis (o que é uma virtude no caso de motocicletas), já que vc aprende rapidamente a partir daí, sempre sabe que reação esperar a partir de cada comando dado à motocicleta. A entrega de potência é linear e constante. Émbora comumente se acredite que a posição de pilotar de uma Harley é mais confortável pela postura sentada/deitada, isso cobra um preço da coluna no final do dia que é alto. No caso das BMW GS, mesmo em dias que rodamos mais de 600 km debaixo de sol intenso, chegamos ao destino final "inteiros". Cansados pelo dia, mas sem dores no corpo e sem necessidades de relaxantes musculares. E outro ponto interessante é que, também contrariamente ao que se acredita, essas motos permitem uma quantidade de posições de pilotagem infindável. Cansou o traseiro? Pilota em pé! Cansou de ficar em pé? Senta no banco traseiro! Cansou de sentar no banco traseiro? Sente em postura ereta! E assim vai... por isso, definitivamente, é a moto para tiros longos.

Acho que já mencionei antes, mas minha moto que tinha 86.000 km quando partimos já passou dos 90.000 e continua um relógio. Acho pouco provável que qualquer outra máquina estaria com funcionamento tão redondo depois de 90.0000 km rodados.

Finalmente, quero deixar claro que estas impressões não tem qualquer intenção de colocar as Harleys ou outras motos custom em situação de inferioridade. Sempre fui e sempre vou ser um entusiasta da beleza e da mística das HDs. Apenas, trata-se de analisar o comportamento das motos que estamos utilizando aqui e que tem nos causado muito boa impressão.